Dentro
do novo projeto do ano de ler um conto por dia, finalizei a leitura de um livro
que foi muito comentado pelos leitores no ano passado: Micróbios, de Diego Vecchio. O livro é a reunião de nove contos que
têm em comum os temas doença e literatura.
Quando
ouvi falar do livro, imaginei que fosse uma grande homenagem à literatura e que
seria um prato cheio para nós, amantes dessa arte. Isso não deixa de ser
verdade, mas o livro não me encantou como prometia.
Histórias
como a das gêmeas siamesas em que uma delas escreve uma peça de teatro polêmica
que acaba levando ambas à prisão, da menina japonesa anoréxica que se alimenta
basicamente de balas de gengibre, ou melhor dizendo, das mensagens contidas nas
embalagens das balas, além da do escritor argentino que após um grande sucesso
com livros de vampiros do bem entra em coma e, ao sair, passa por uma cirurgia
de transplante cerebral, têm consequências cômicas e são divertidas, mas não
passam disso.
O
clima onírico e as cenas fantásticas construídas pelo autor são interessantes e
bem malucas muitas vezes, mas não emocionam, não tocam como o realismo
fantástido de Gabriel Garcia Marquez. Parece que nos livros do autor
colombiano, o mágico aparece para exacerbar a humanidade de suas histórias,
enquanto o livro do argentino parece apenas ser um grande exercício de
construção de cenas estranhas, quanto mais estranhas melhor. Não havia um
significado por trás das histórias, não havia algo para refletir.
Fiquei
com a sensação de que faltava alguma coisa, algo para nos conectar às
histórias, não é um livro que me lembrarei facilmente.
Mais
um desafio! Estou participando de três projetos literários este ano. O intuito
é, além de ler mais, testar se consigo mais disciplina por meio das propostas. O
Vitor Martins, com uma proposta bem criativa e interessante,
desenvolveu o Calendário ilustrado 2016, o qual você pode baixar gratuitamente
aqui. A cada mês, um desafio diferente. Para essa proposta utilizei obras que já
tinha na estante. Segue vídeo explicativo:
Minhas
escolhas
Janeiro
- Comece uma série: O guia do mochileiro das galáxias / Douglas Adams
Fevereiro
- Livro que virou filme: Cotoco / John van de Ruit
Março
- Livro escrito por uma mulher: O clube mefisto / Tess Gerritsen
Abril
- Livro nacional: De gênio e louco todo mundo tem um pouco / Augusto Cury
Maio:
Livro infantil: Diário de um adolescente hipocondríaco / Aidan Macfarlane e Ann
Mcpherson
Junho
- Romance: Capitães de areia / Jorge Amado
Julho
- Livro com mais de 500 páginas: Shantaram / Gregory David Roberts
Agosto
- Livro clássico: O cortiço / Aluísio de Azevedo
Setembro
- Ficção científica: Fahrenheit 451 / Ray Bradbury
Outubro
- Livro de terror ou suspense: O exorcista / Willian Peter Blatty
Novembro
- Autor que nunca li: Elogio de madrasta / Mario Vargas Llosa
Dezembro
- Livro que ganhei de presente: Misery / Stephen King
Mais uma proposta literária
que assumimos em 2016, a Júlia e eu, foi a leitura de um conto por dia. Motivos:
ler mais, movimentar os (muitos) livros de contos que temos, começar ou
terminar o dia com uma leitura fácil e rápida e estimular nossa criatividade.
A
ideia é muito simples, basta ler um conto por dia. Nestes seis primeiros dias
do ano todo tem dado certo. Costumo ler antes de sair para trabalho, logo após
levantar e tomar banho. Quando não der para ler, no dia seguinte precisamos ler
dois. Serão, no mínimo, 366 contos durante o ano, que é bissexto. A proposta
inicial são contos, mas não impede que poemas* e crônicas também entrem na
jogada.
O que é um conto?
Segundo
o UOL Educação http://goo.gl/67HlG1, o conto é uma obra de ficção, um texto
ficcional. Cria um universo de seres e acontecimentos de ficção, de fantasia ou
imaginação. Como todos os textos de ficção, o conto apresenta um narrador,
personagens, ponto de vista e enredo.
Classicamente,
diz-se que o conto se define pela sua pequena extensão. Mais curto que a novela
ou o romance, o conto tem uma estrutura fechada, desenvolve uma história e tem
apenas um clímax. Num romance, a trama desdobra-se em conflitos secundários, o
que não acontece com o conto. O conto é conciso.
*Expliquei a diferença entre poema e
poesia, brevemente, aqui.
Complemento que o poema é um gênero textual, já a poesia é uma atitude criativa
que pode estar presente até mesmo em situações cotidianas.
Com
um novo ano, novos desafios... literários. Para 2016, decidi incorporar três à
rotina (falo dos outros dois em outro post), o que já é muita coisa
considerando trabalho, mestrado, vida social, séries e filmes. Quero testar se
o comprometimento com metas me ajuda a aumentar a quantidade de livros lidos.
O
blog Livrada!, todo o ano lança um desafio com 15
categorias de leituras, achei a ideia muito bacana e decidi entrar também na
brincadeira. O tema de 2016 é “Conhece-te a ti mesmo”, o que tem tudo para
proporcionar ótimas leituras. Confira vídeo do Yuri explicando o Desafio:
Atendendo aos critérios, estabeleci minha lista:
1- Um prêmio Nobel: Cem
anos de solidão / Gabriel García Márquez
2- Um livro russo: Noites
brancas / Fiódor Dostoiévski
3- Um cânone da literatura ocidental: Odisseia / Homero
4- Uma novela: Novelas
exemplares / Miguel de Cervantes
5- Um livro que você não sabe por que tem: Marley & Eu / John Grogan
6- Um autor do seu estado: 1968 - o Ano Que não Terminou / Zuenir Ventura
7- Um livro publicado por uma editora independente: A sordidez das pequenas coisas / Alessandro Garcia
(livro da Não editora)
8- Uma ficção histórica:
Azincourt / Bernard Cornwell
9- Um livro maluco:
Laranja mecânica / Anthony Burgess
10- Um livro que todo mundo já leu menos você: Dom Casmurro / Machado de Assis
11- Um autor elogiado por um escritor de quem você gosta: Lolita, Vladimir Nabokov (um dos livros favoritos de
Jeffrey Eugenides, segundo o Flavorwire)
12- Um livro bobo:
Os Goonies / James Kahn
13- Um romance de formação: O apanhador no campo de centeio / J. D. Salinger
14- Um livro esgotado:
A Montanha Mágica / Thomas Mann
15- As aventuras do bom soldado Svejk
A
grande maioria dos livros eu tenho ou pegarei emprestado com a Júlia. Comprarei
somente: 1968 - o Ano Que não Terminou,
A sordidez das pequenas coisas, Lolita, A Montanha Mágica e As
aventuras do bom soldado Svejk.
A
Júlia este ano decidiu não participar por ter perdido o foco do desafio dela no
ano passado, o qual você pode conferir aqui.
Não
sei se pelo bom trabalho da editora Aleph,
pelos lançamentos de filmes de franquias de sucesso ou refilmagens, mas o
universo da ficção científica está cada dia mais popular. Assumo que não tenho
muito conhecimento sobre esse gênero, mas li, há algum tempo, o livro de Philip
K. Dick, Androides Sonham com Ovelhas Elétricas? e adorei.
Então
resolvi investir na leitura de outra autora super renomada, Ursula Le Guin, com
sua obra prima A Mão Esquerda da Escuridão.
Entretanto, não tive a mesma boa experiência. O livro tem bom enredo e ela faz belo
trabalho na construção de um mundo onde todos os seres são andróginos.
A
história é protagonizada por Genly Ai, representante de um grupo de planetas
associados, tipo uma União Europeia, chamado Ekumen. Ele é enviado para um
planeta remoto e frio, chamado Gethen, mais popularmente conhecido como Inverno
por suas temperaturas baixíssimas.
Nesse
planeta, Genly tem que convencer os governantes dos países a se juntarem ao
Ekumen, com o objetivo de realizar troca de desenvolvimentos tecnológicos e
demais conhecimentos, além de realizar transações comerciais. Contudo, como
seria possível imaginar caso algo do tipo acontecesse em nosso planeta, ele
enfrenta o medo e a descrença dos políticos dos países.
Para
piorar, a pessoa que mais acreditava nele e foi seu interlocutor com o
presidente do país aonde chegou, foi banida do país por ser considerado um traidor.
Punição recebida justamente pela sua relação próxima ao alienígena e o
desconhecimento e receio das pessoas em relação aos reais motivos da chegada do
forasteiro.
A
partir daí, a vida do protagonista se torna complicada e ele resolve ir para o
país vizinho na esperança de ter melhores chances de ser ouvido e compreendido.
Mas seu objetivo fica cada vez mais distante, dado ao intrincado jogo político
exercido com sua presença e poder. Por isso, Genly passa a correr sérios riscos
de vida. Desse ponto para frente, o livro se torna uma grande aventura de fuga
e sobrevivência, que não vou detalhar já que é o ponto alto da história.
Apesar
de ser uma boa história, não foi um livro de fácil leitura para mim, não fluiu.
Acho que os detalhamentos, necessários pelo ambiente ser um universo criado à
parte, se tornaram muito maçantes. Um bom livro, mas não é meu estilo.