Por Júlia Martins
Acabei
recentemente a leitura do livro A Amiga
Genial, de Elena Ferrante. Que livro maravilhoso! Foi um dos primeiros lidos
em 2016, e já tenho certeza que estará na lista de melhores leituras do ano.
Percebi o impacto que o livro teve em mim quando, ao finalizar a leitura, corri
para a internet para saber quando seria o lançamento do segundo volume, pois
esse é o primeiro de uma série denominada Napolitana.
A
história se passa em Nápoles no pós-guerra e conta a história da amizade entre
duas meninas, Elena (a narradora) e Lila (Rafaella), desde a infância até os
seus 16 anos. Elena narra suas incertezas e experiências em um bairro marcado
pela violência e pobreza, no subúrbio da cidade. Ao longo da narrativa, vamos
conhecendo um pouco das duas meninas, Lila que é mais livre, selvagem e
extremamente cativante e encantadora; e Elena que se vê às margens de sua amiga
e é uma menina mais centrada, estudiosa e contida.
A
maestria da obra está no modo como a autora a narra. Deixo um trecho do próprio
livro que para mim descreve isso muito bem: “... ela se expressava com frases
de extremo apuro, sem nenhum erro, mesmo sem ter continuado os estudos, mas –
além disso – não deixava nenhum vestígio de inaturalidade, não se sentia o artifício
da palavra escrita. Eu lia e ao mesmo tempo, podia vê-la, escutá-la. Sua voz
era um fluxo que me arrebatava e me transportava como quando discutíamos entre
nós, e no entanto era inteiramente depurada das escórias de quando se fala, da
confusão oral...”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário