A perfeita combinação de
quadrinhos com o trabalho do velho safado. O quadrinista alemão Matthias
Schultheiss teve inspiração em sete contos, com marcas autobiográficas, de Charles
Bukowski: Dois bêbados; Kid
Foguete no matadouro; Os assassinos; A puta de 135 quilos; Mamãe bunduda; Henry
Beckett; N. York, 95 cents ao dia; e Um trabalho em New Orleans. O
resultado foi uma obra fluida, de leitura rápida, com o humor cru típico do
escritor.
Trecho de Kid Foguete no matadouro |
Sexo, miséria, bebedeiras,
prostituição, drogas e aversão ao trabalho são os temas tratados nessas
histórias. Para quem não conhece nada sobre o escritor, essa é uma ótima
oportunidade de iniciação ao seu trabalho. Será possível ter um panorama geral
da escrita. Por outro lado, para quem já o conhece, é um livro enriquecedor,
bem selecionado e bem feito. Os traços são “jogados”, sem apelar para o detalhe
e o capricho milimétrico, mas acredito que isso não é um problema, já que com a
temática abordada, esse fato até cai bem.
Há o contato com as pessoas
marginais, assim como o autor, das grandes cidades, tais como prostitutas e
vagabundos. Pessoas sem muita expectativa na vida, querem só beber e se drogar.
É importante ler algo sobre essa perspectiva. Ver o ponto de vista do
diferente, daqueles que estão do outro lado. Como são suas vidas e pensamentos.
O que fazem e o que esperam do mundo. É uma experiência antropológica. Nota 9.
Sobre
Charles Bukowski
A editora L&PM
expressou bem o estilo literário do escritor. Sua literatura é de caráter
extremamente autobiográfico, e nela abundam temas e personagens marginais, como
prostitutas, sexo, alcoolismo, ressacas, corridas de cavalos, pessoas
miseráveis e experiências escatológicas. De estilo extremamente livre e
imediatista, na obra de Bukowski não transparecem demasiadas preocupações estruturais.
Dotado de um senso de humor ferino, auto-irônico e cáustico, ele foi comparado
a Henry Miller, Louis-Ferdinand Céline e Ernest Hemingway.
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