Por Júlia Martins
Há pouco tempo, li um livro um
pouco diferente das minhas leituras habituais. Ganhei um exemplar de Cartas para Palavra, obra de um novo
escritor mineiro chamado Adriano Gilberti. Na verdade, o livro é parte de um
projeto maior transmidiático, o qual envolve também as plataformas de websérie
e site. Assumo aqui que dei uma olhada no site, mas não me chamou muito a
atenção, portanto vou falar exclusivamente do livro.
Apesar de algumas falhas de
edição, o livro me surpreendeu positivamente. A história, muito diferente de
tudo que já li, é sobre a divulgação de um conjunto de cartas de um escritor de
nossa época que pouco conhecido e visto no futuro como importante, foi enviado
por pesquisadores daquela época para que tivéssemos a oportunidade de lê-lo
agora. As cartas são mescladas com informações coletadas sobre a vida desse
escritor e também sobre outras pessoas importantes para ele.
Achei a proposta bem
inovadora, pois ficção científica não é uma área da literatura muito
frequentada por escritores brasileiros, e também por misturar os gêneros carta,
poesia, romance, ficção científica e um toque de mistério.
Um aspecto muito bacana na
leitura é a forma como os coordenadores desse projeto do futuro fazem parte da
história. Esses personagens têm voz por meio das notas de rodapé, trazendo um
pouco de como esse futuro é vislumbrado pelo autor e das opiniões sobre a nossa
forma de vida atual, muitas vezes fazem crítica ou demonstram nem entender as
posturas dos personagens do início do século XXI.
Em minha opinião, Adriano Gilberti
está no caminho certo, seu livro é bem escrito, tem força narrativa e apresenta
uma história complexa para um escritor iniciante. Apenas achei desnecessário,
até pela qualidade da obra, a carta que ele deixa no final, um artifício que
não me atrai como leitora e decepcionou pelo conteúdo.
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