Por Júlia Martins
Às
vezes aparecem alguns livros que nos fazem querer tudo que o autor escreveu,
não é? Este ano tive essa sensação com dois autores, Gabriel García Márquez e,
mais recentemente, Alan Moore, após ler sua obra prima, Do Inferno.
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Trecho de Do Inferno (Fonte: Submundo HQ) |
Esse
livro em quadrinhos conta a história mais conhecida sobre a possível identidade
do Jack Estripador, assassino em série que cometeu crimes em Londres no final
do século XIX. A verdade sobre esses assassinatos nunca foi descoberta, mas
diversos livros lançaram a hipótese dos crimes serem uma queima de arquivo
relacionada com a casa real inglesa.
Alan
Moore realizou uma grande pesquisa com a bibliografia disponível sobre Jack e
escreveu um romance cravado na realidade. A despeito disso, a maestria da obra está na extrapolação,
em sua capacidade de ir além dos fatos e propor o caráter do assassino e dos
demais envolvidos, suas predileções, loucuras, angústias e pensamentos.
De
acordo com os relatos e descrições dos corpos encontrados, nada menos que uma
mente muito perturbada poderia ser capaz de cometer tais atos, e é nesse ponto
que vemos toda a capacidade criativa do escritor da nona arte.
No
final do livro tem todos os comentários que o autor escreveu para fundamentar
sua criação, as bibliografias e documentos históricos que utilizou. Recomendo a
leitura do livro e, à medida que tenha dúvidas, vá aos comentários para
entender o motivo dos elementos presentes na história. Não sou muito fã daquele
tipo de discurso que diz que você tem que ler isso, tem que
fazer aquilo, mas Do Inferno é
simplesmente imperdível.
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