Por Júlia Martins
Toda
vez que leio uma obra de Fiódor Dostoiévski penso a mesma coisa do que quando
viajo para um lugar muito bonito: por que não fiz isso antes?! Tenho que me
esforçar para fazer mais! Apesar de seu nome intimidador, a leitura desse
grande, senão o maior, escritor russo é muito clara e de fácil acesso.
O
Duplo conta a história de um funcionário público que após passar por situações
muito vexatórias em seu meio social e profissional, passar a conviver com seu
duplo, uma pessoa igual a ele em aparência física, de mesmo nome e trabalhando
no mesmo local. A princípio, se você não ler a orelha e essa resenha, esse
outro parece entrar na história de forma natural e verossímil, uma grande coincidência.
Apenas com o caminhar da narrativa podemos entender mais concretamente que esse
personagem gêmeo nada mais é do que uma visão do herói dessa história.
O
que mais me chamou a atenção é como, por se tratar de uma invenção da mente de
uma pessoa perturbada, tudo faz muito sentido para essa pessoa. Ninguém que
está enlouquecendo percebe isso, e é esse detalhe que torna esse livro tão
incrível.
Ilustração Dostoévski (Fonte: jordanrussiacenter.org) |
Caso
você não tenha lido nenhuma obra desse mestre, não perca tempo e não deixe o
receio de ser uma leitura maçante te impedir de ter uma experiência
maravilhosa, eu garanto. Ah, menção especial para as ilustrações lindas da
edição da Editora 34 para esse livro,
ficou uma joia!
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