quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

Farmácia gratuita, medicamentos etéreos

Junto a um novo ano, novos projetos. Idealizamos, cheios de motivação, aquilo que pode nos trazer um sentimento, embora momentâneo, de realização pessoal. Minha meta para 2015 foi embasada na minha estante cheia de livros não lidos. Quero circular obras paradas, ler mais e comprar menos. 

Um ótimo início para esse projeto foi inserir livros curtos, a maioria nacional e de escritores poucos conhecidos, em minha rotina. São contos, crônicas e poemas, leituras rápidas para pequenos momentos de ócio.
Falaremos de Farmácia da Alma de Luís Augusto Lé, uma produção independente de 2004. O livro é uma coletânea de textos curtos de autoajuda destinada às pessoas desiludidas, desanimadas e sem mais esperança no amor. A premissa é a da cura da alma com os remédios (textos) do autor. Há uma tentativa de despertar a motivação, o resgate interior e a permissão para uma segunda chance no amor, o qual, segundo Lé, é a chave para a felicidade. Não sei qual o real efeito nas pessoas desiludidas, mas para mim limitou-se a um texto com palavras bonitas. Sei a dificuldade de se emplacar obras no mercado nacional e valorizo a iniciativa de tornar público algo surgido do consciente individual, e isso é louvável. E ainda, parece, que o ganho financeiro não foi priorizado.

O primeiro ponto de ressalva é que o livro não foi revisado. Passaram muitos erros ortográficos, desde o uso dos porquês, passando pelas vírgulas, até o isto/isso que confundem muita gente. O vocabulário é limitado, os textos passam quase sempre a mesma mensagem, e a palavra etérea* é muito constante. No meio da leitura percebi que tudo é direcionado ao público feminino, sem motivação ou explicitação prévia disso. No decorrer, a paz com a concordância nominal não foi estabelecida.

Foi uma leitura razoável. Vale a pena sem esperar muito, afinal a intenção é a busca pela felicidade. O livro está disponível gratuitamente, junto a outros textos do autor, aqui. Nota 3.


*Segundo o Aulete: que revela pureza, delicadeza (amor etéreo)

Um comentário:

  1. Estou feliz pelos comentários do livro. Realmente sempre tive dificuldade com a língua portuguesa. Não houve revisão por motivos financeiros. Espero retomar meus projetos futuramente. No momento, estou me dedicando exclusivamente na criação de meus filhos. Não gosto muito do termo autoajuda porque a finalidade do livro não foi comercial, mas uma maneira de externar os sentimentos que afloravam em mim naquela época. A publicação teve uma motivação amorosa, de conquista do coração de alguém: fracassada. Aproveito o espaço para divulgar um curta de 3 minutos que produzi inspirado no conto "As Duas Faces das Palavras": https://www.youtube.com/watch?v=jdNw6Hh0LH8

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