Junto a um novo ano, novos
projetos. Idealizamos, cheios de motivação, aquilo que pode nos trazer um
sentimento, embora momentâneo, de realização pessoal. Minha meta para 2015 foi
embasada na minha estante cheia de livros não lidos. Quero circular obras
paradas, ler mais e comprar menos.
Um ótimo início para esse projeto foi inserir
livros curtos, a maioria nacional e de escritores poucos conhecidos, em minha
rotina. São contos, crônicas e poemas, leituras rápidas para pequenos momentos
de ócio.
Falaremos de Farmácia da
Alma de Luís Augusto Lé, uma produção independente de 2004. O livro é uma
coletânea de textos curtos de autoajuda destinada às pessoas desiludidas, desanimadas
e sem mais esperança no amor. A premissa é a da cura da alma com os remédios
(textos) do autor. Há uma tentativa de despertar a motivação, o resgate interior e a
permissão para uma segunda chance no amor, o qual, segundo Lé, é a chave
para a felicidade. Não sei qual o real efeito nas pessoas desiludidas, mas para
mim limitou-se a um texto com palavras bonitas. Sei a dificuldade de se
emplacar obras no mercado nacional e valorizo a iniciativa de tornar público
algo surgido do consciente individual, e isso é louvável. E ainda, parece, que o
ganho financeiro não foi priorizado.
O primeiro ponto de ressalva
é que o livro não foi revisado. Passaram muitos erros ortográficos, desde o uso
dos porquês, passando pelas vírgulas, até o isto/isso que confundem muita
gente. O vocabulário é limitado, os textos passam quase sempre a mesma mensagem,
e a palavra etérea* é muito constante. No meio da leitura percebi que tudo é
direcionado ao público feminino, sem motivação ou explicitação prévia disso. No decorrer, a paz com a concordância nominal não foi estabelecida.
Foi uma leitura razoável.
Vale a pena sem esperar muito, afinal a intenção é a busca pela felicidade. O livro está disponível gratuitamente, junto a
outros textos do autor, aqui. Nota 3.
*Segundo o Aulete: que
revela pureza, delicadeza (amor etéreo)
Estou feliz pelos comentários do livro. Realmente sempre tive dificuldade com a língua portuguesa. Não houve revisão por motivos financeiros. Espero retomar meus projetos futuramente. No momento, estou me dedicando exclusivamente na criação de meus filhos. Não gosto muito do termo autoajuda porque a finalidade do livro não foi comercial, mas uma maneira de externar os sentimentos que afloravam em mim naquela época. A publicação teve uma motivação amorosa, de conquista do coração de alguém: fracassada. Aproveito o espaço para divulgar um curta de 3 minutos que produzi inspirado no conto "As Duas Faces das Palavras": https://www.youtube.com/watch?v=jdNw6Hh0LH8
ResponderExcluir