Por Júlia Martins
O
último projeto de José Saramago é uma incursão ao mundo da produção bélica. As
poucas páginas escritas que deixou já nos mostram o tom de crítica que faria
neste livro, nos remetendo a tantos outros do autor. Além disso, ele se
preocupa em criar uma relação bem humana entre seus personagens e trabalha um
tema recorrente em seus livros, a burocracia. Por esse motivo me lembrei muito
de seu romance Todos os nomes quando
comecei a leitura.
José Saramago faleceu em 18 de junho de 2010 (Foto: Veja) |
Alabardas, Alabardas é um livro triste. Uma história sem desfecho é sempre triste ou
irritante, mas sabendo que aquele narrador querido nunca mais estará ali, que
não finalizará aquele ou qualquer outro livro, nos deixa em um estado
melancólico.
A
verdade é que algumas pessoas não deveriam ter o direito de morrer nunca,
incluindo nossos autores preferidos. José Saramago é o principal escritor que
me sugou para o mundo da literatura após adulta, juntamente com Ítalo Calvino.
Quando soube de sua morte, fiquei desconsolada - escrevi até um miniconto - e
após terminar esse livro tive a mesma sensação.
Para
aqueles que são fãs do autor português Alabardas,
Alabardas é a leitura certa e deverá completar a coleção das obras de
Saramago iniciada por Claraboia, seu
primeiro livro. Para pessoas que não conhecem a obra do autor, existem diversos
outros livros, completos, que são mais interessantes e que irão arrebatar
aqueles que tiverem a paciência de enfrentar um livro sem muita pontuação e
travessão nos diálogos. Eu digo, pela minha experiência, que Saramago sempre é
uma leitura muito prazerosa.
O que seria uma alabarda?
Alabarda (Foto: RuneScape Second) |
Significado de alabarda, segundo o portal InfoEscola: uma arma medieval formada por uma haste comprida de madeira, terminada em um espigão de ferro atravessado por uma lâmina também de ferro, em formato de meia-lua, com um esporão do lado oposto. A alabarda é incluída na categoria de armas de cabo longo, que se tornaram mais conhecidas a partir do século XVI.
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